As populações tradicionais de pescadores se fizeram ao mar usando exclusivamente os cinco sentidos.
Da previsão do tempo ao plano de navegação passando pelo posicionamento dos pontos de pesca todas as decisões eram tomadas a partir de observações do relevo, astros/estrelas, ventos, nuvens e tempo que é uma percepção da inteligência.
Navega-se astronomicamente desde que o homem constatou que o sol se apresenta regularmente no tempo e no espaço. O maior órgão do corpo humano é um grande sensor meteorológico reagindo ao calor, umidade, ventos. A visão e audição devem estar em alertas desde sempre.
Nos dias de hoje…
Atualmente substituímos conhecimentos por instrumentos criando uma zona de conforto muito questionável em termos de segurança da navegação.
O estado da arte na tecnologia embarcada naufraga na falta de conhecimento dos fundamentos práticos. “Comandantes” consultam aplicativos de previsão do tempo nas varandas sem lançar um olhar no horizonte para ler nuvens ou ouvir a conversa entre o mar a areia e o costão.
Estamos cada vez mais equipados e menos preparados para compreender o mar e as forças da natureza que determinam a velocidade e direção de ventos e correntes marinhas.
O reencontro com a tradição
A transmissão desses conhecimentos se consolidou antes da escrita, é uma tradição oral, muito simples que se manifesta na voz de mestres que enunciam leis da natureza em prosa e verso na forma antigos ditados, piadas e até poesia: “Neblina baixa é sol que racha.”
Nas navegações como nas relações de forma geral, é hora de desligarmos os “smartphones” para conversar e usar os cinco sentidos para nos posicionarmos no tempo e no espaço.