Prever o tempo e o espaço é a capacidade dos mestres que interpretam as cartas e observam a natureza. A arte cotidiana de olhar pro céu, e perceber sinais e nuances para um prognóstico meteorológico é trabalho de anos. O olhar treinado é capaz de ver o relevo do fundo do mar numa folha plana de papel, pode estimar rumos, distâncias…
As tradições e a transmissão oral do conhecimento são os métodos empíricos que vão orientar os estudos das condições atmosféricas, aliada à leitura conjunta de instrumentos como barômetro, termômetro, pluviômetro…. Por outro lado a régua e o compasso demandam aritmética, geometria nos cálculos sobre o espaço.
Tudo isso revelado em cartas que guiam os mestres iniciados que procuram ir além do que se vê.
As cartas náuticas ilustram as massas de terra e água, onde o posicionamento pode ser determinado por pares de coordenadas em latitude e longitude; Quem desejar empreender um deslocamento vai escolher rumos medidos em graus na Rosa dos Ventos.
As cartas sinóticas são tão sutis quanto instáveis na medida em que tratam de massas de ar, a direção e velocidade de seus movimentos além das interações frontais alterando as condições climáticas.
A extensão dos dois temas faz com sejam abordados nas graduações de habilitação para comandantes interessados em ultrapassar os próprios limites com a capacidade de operar instrumentos e cálculos de navegação.
Na prática essas cartas são o cenário do Plano de Navegação. Os instrumentos vão do magnético ao eletrônico passando pela comunicação.
Apesar de negligenciados, esses conhecimentos fundamentais são pré-requisitos de segurança para tripulantes e embarcações.
O estado da arte em tecnologia é mais acessível aos mestres que exercitam estes cálculos e observações; Por outro lado, monitores, sensores, antenas, com conexão VHF, satélite e/ou WIFI… Não passam de brinquedos nas mãos de tolos.